O ganho de peso pode atrapalhar a produção de testosterona no homem?

A resposta é sim!

Porém o diagnóstico não é tão simples.

Os principais sintomas da queda da produção da testosterona no homem (hipogonadismo) são fadiga, humor deprimido, redução de libido e disfunção sexual.

Estes sintomas são inespecíficos que podem ocorrer em diversas outras condições clínicas e por isso a consulta médica é importante para estabelecer o diagnóstico correto

A dosagem de testosterona também não é perfeita e está sujeita a erros de aferição. Em 30% dos casos não se confirma a deficiência em dosagens de testosterona subsequentes. Além disso, o exame deve ser realizado entre 8h e 10h da manhã.

Outro ponto importante é que o excesso de peso faz com que o resultado venha menor do que realmente está (exame falsamente baixo), por reduzir a proteína que transporta a testosterona no sangue, SHBG. Devido a isso é preciso fazer cálculos para estabelecer a testosterona livre ou até solicitar testosterona por métodos mais específicos, que não são rotineiramente realizados pelos laboratórios.

Após a confirmação da deficiência de testosterona é fundamental estabelecer a causa. Para isso são dosados exames específicos como prolactina, perfil de ferro, hormônios tireoidianos e também avaliação de antecedentes pessoais e uso de medicações. Em alguns casos, também realizamos ressonância de hipófise, ultrassom de testículos ou pesquisa de doenças genéticas a depender de cada caso. Após a exclusão de outras possíveis causas, podemos atribuir a etiologia ao excesso de peso.

Por fim, se confirmada a deficiência por excesso de peso, devemos estabelecer terapias para aumento nos níveis de testosterona e melhora dos sintomas que prejudicam a qualidade de vida do paciente, mas também devemos estabelecer estratégias para redução de peso, visando principalmente redução de pelo menos 10-15% do peso, pois sabemos que este nível de perda está associado a elevação fisiológica da testosterona.